Namorado fake amor de verdade
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Capítulo 5 5

Chegamos no aeroporto quase duas horas antes. No carro, sentei do lado do Edgard e notei que ele me olhava direto.

A mão dele tava no joelho. Vi um anel dourado no dedo mindinho com um desenho que não consegui identificar, mas nem ia pedir pra ele explicar. Daí, fiquei olhando pela janela pra ele não ver que eu tava vermelha. Nenhum cara tinha me deixado assim antes.

Chegamos e o barulho dos aviões só aumentou o silêncio. Descemos as malas e um cara de uniforme veio ajudar. Ele pegou nossa bagagem. Entramos e a Amanda e o Jason cuidaram das passagens.

Eu tentei andar longe do Edgard, mas pensando bem, não dava pra gente ficar tão distante se a gente quisesse que isso aqui parecesse real. Ah, deixa pra lá! Penso nisso no avião.

Pegamos as passagens e o cara do carrinho levou a gente até a sala de espera. Ele nos deixou lá e foi embora, desejando boa viagem. Amanda e Jason sentaram juntos e pegaram nas mãos. Nem um minuto depois, já estavam se beijando.

Me senti estranha vendo aquilo. Lembrei do Michael, que odiava demonstrações de carinho em público comigo, mas não tinha problema nenhum em se exibir com a Jessenia depois que me trocou por ela. Respirei fundo e abaixei a cabeça. Pra minha sorte, tinha uma mesinha perto com umas revistas. Peguei a primeira que vi, abri e coloquei na frente do meu rosto, sem prestar atenção. Não sou invejosa, mas me senti como se estivesse sobrando, atrapalhando o momento deles. Clichê total.

Fiquei assim por uns dois minutos até sentir uma mão quente na minha. Dei um pulo quando os dedos do Edgard encostaram nos meus e pegaram a revista que eu tava lendo pra colocar do jeito certo. Dei outro pulo e olhei pra ele. Incrível como ele percebeu. Nem o Michael notava meus sentimentos quando eu tava mal ou desconfortável. Os olhos dele pareciam mais claros ali. Fiquei perdida neles por uns segundos e me forcei a reagir. Talvez fosse ele, o jeito que ele leva a vida, mas ele me atraía um pouco. Quem não se sentiria atraída por um cara assim?

- Desculpa - murmurei pra Amanda e o Jason não ouvirem. Ele chegou mais perto e falou baixo:

- A gente vai ter que treinar mais essa coisa da distância, Marianne.

Suspirei. Nossa! Nunca gostei do meu nome, nem na minha boca. Mas ele tava ali, falando como se fosse a coisa mais normal do mundo, dando um charme que ninguém mais dava. Forcei um sorriso pra disfarçar o nervosismo e falei:

- Não gosto do meu nome. Me chama de Marianne sempre, em frente a todo mundo, o tempo todo.

- Marianne... - ele disse, e eu tremi de novo. - Graciosa em italiano... Combina com você.

Fiquei mais vermelha ainda, se é que isso era possível. Ele devia estar testando seus truques comigo, mas pareceu sincero. Devia ser um mestre da mentira, o trabalho dele exigia isso. Mesmo assim, agradeci. O maior elogio que recebi do Michael foi tá... bonitinha.

- Você é bom nisso, hein? Deve ter experiência.

Ele não falou nada, só olhou pra frente. Daí, falei pra quebrar o clima:

- Se a gente quer que isso pareça real, como eu devo agir? - provoquei ele. Era verdade, minha experiência era zero. Eu sempre andava de mãos dadas com o Michael, mas nunca rolou nada além de uns beijos. Talvez por isso ele tenha me deixado, porque a Jessenia dava o que eu não me sentia à vontade pra dar, meu corpo nunca usado.

- Bom... - ele falou, devagar. - A gente não pode ficar muito longe, como eu já disse, nossas mãos...

Olhei pra mão dele, que foi pra minha, que tinha largado a revista. Ele alisou meus dedos por um momento e colocou a palma da mão dele sobre a minha. Era uma mão grande, quente e quase acolhedora. Sorri, meio triste, comparando o Michael com o Edgard. Se o Michael tivesse me amado, tudo seria diferente. Se eu não fosse tão medrosa... Senti que a mão do Edgard apertava a minha. Olhei nos olhos dele.

- Você tem que olhar direto pra mim, porque a gente confia um no outro. Não pode tremer perto de mim. - Ele moveu a cadeira até que nossos quadris se encostassem. Senti um arrepio. Caramba! Ele era bom mesmo. - E eu tenho que sussurrar coisas no seu ouvido pra todo mundo achar que a gente tem intimidade.

- Intimidade? - A ideia me assustou. Não vou negar, fiquei curiosa, mas achei que ia custar caro. E nem era pra eu estar pensando nessas coisas. Ele tava mexendo com a minha cabeça.

- É, acho que sim - falei, de cabeça baixa. Nisso, senti a mão do Edgard voltando à carga, agora no meu queixo, levantando meu rosto. Me forcei a olhar pra ele e vi que ele tava olhando pra minha boca.

- Não foge quando eu fizer isso ou tudo vai por água abaixo. - Dito isso, ele abaixou a boca e me beijou.

Fiquei tonta. Os lábios dele eram macios e quentes. Os meus pareciam lixa perto dos dele, mas ele nem ligou. Se fosse outra situação, eu teria me afastado na hora, mas a gente tava ensaiando, então deixei ele me beijar como quisesse. Foi um beijo leve e inocente no começo, mas quando senti a língua dele pressionando meus lábios, decidi parar. Dei uma risada nervosa e falei:

- Calma... - Vi que a Amanda e o Jason continuavam no mundo deles e desejei que a gente entrasse logo naquele avião maldito. Ouvi uma risada baixa do Edgard e me senti mais boba ainda.

Torcendo para o avião não atrasar muito.

                         

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