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Oliver
Me sinto um idiota pela maneira que eu subi apressado, durante todo o "Tour" pela casa, a única coisa que eu queria era beija-lá, lembrando aquele momento no closet, se eu não tivesse recuado, será que ela teria me beijado?
Eu tenho que tomar cuidado, não quero estragar tudo antes mesmo de começar, eu consegui um bom trabalho, eu me olho no espelho...
-Qual é Oliver, é só uma mulher bonita cara. - Eu falo para meu reflexo.
Eu vou me desculpar com ela pelos meus modos, eu abro a porta do quarto e vou andando pelo corredor, quando eu estou próximo a escada, eu a vejo subir rápido e chorando. Eu sinto um frio na barriga, mer'da espero que eu não tenha feito nada errado.
Eu volto para o meu quarto e me deito na cama. Eu fico parecendo um adolescente perto da Rebecca, não sei porque. Eu tive minha cota de mulheres quando entrei na faculdade. Tudo bem que eu me casei novo, eu tinha 26 anos e a Milla minha ex 25 anos. Na época, foi amor à primeira vista, Milla era linda, gentil, carinhosa. Depois de um ano de casamento a empresa começou a consumir meus dias e praticamente acabou com meu casamento a cada atraso, a cada dia que eu chegava muito tarde a nossa chama de amor foi se desgastando. Apesar de eu culpar Mille por nosso casamento não ter funcionado, a maior parte da culpa foi minha.
Milla sempre reclamava por eu trabalhar demais, que eu não tinha mais tempo para dar atenção que ela necessitava.
Eu tentava, mas meus pais e ela gastavam mais do que a empresa tinha para cobrir. Por mais que fossemos bons e conhecidos no mercado, quando meus pais viajavam eu tinha que tirar dinheiro das aplicações para cobrir seus gastos exorbitantes. Foi uma época difícil, até eu restabelecer a empresa no mercado.
Mille, por mais gentil e carinhosa que fosse, sempre me cobrava muito e não via o quanto eu trabalhava.
===Flashback 2 anos antes =======
Eu chego em cada exausto, foi um dia difícil eu tinha perdido dois grandes investidores, estava nervoso e irritado, mas sempre tentava mudar meu humor quando chegava em casa, Mille era minha esposa e não meu saco de pancada meu fiquei na empresa até quase 23h.
Quando eu entro em casa, está tudo escuro exceto pela sala de jantar, eu deixo minhas coisas no aparador e vou ao encontro de Milla, que está vestida de gala, com certeza esse vestido deve pagar um ano de salário de alguns dos meus funcionários, mas vê-la linda e feliz com suas roupas e vestidos caros, me fazia feliz. Eu olho para mesa, um jantar a dois a luz de velas e duas garrafas de vinho vazias.
Ela me encara, com tristeza no olhar, sinto um aperto no peito então eu tento me lembrar o que eu esqueci. Então ela se levanta apoiando na mesa e vem até mim como pode, decepcionada e ela coloca uma caixa prateada na minha frente.
-Fe... Feliz do...dois anos. - Ela fala ou tenta falar. Eu fecho meus olhos putz que mancada que eu dei.
-Meu amor... - Eu tento falar, mas ela me interrompe.
-A... a... su... sua empresa... me poupe. - ela fala e vai em direção às escadas cambaleando.
Com medo de que ela se machuque, eu me aproximo para ajudá-la.
-Se afasta Oliver. - Ela fala e vai andando como pode até nosso quarto, eu a acompanho para garantir que ela chegue em segurança.
Eu deixo ela deitada e volto para a sala de jantar, eu abro o embrulho, e vejo um teste de gravidez e a primeira foto do nosso bebê.
Eu sinto um calor no meu peito, meus olhos enchem de lágrimas, eu quero acordá-la e enchê-la de desculpas, eu vou ser pai.
Eu subo e me deito ao seu lado, eu converso com o nosso bebê acariciando a barriga dela e digo a ele que nunca mais deixarei ela beber, enquanto ele estiver dentro dela e que eu vou me redimir até ela me desculpar, eu errei, errei feio espero que ela possa me perdoar.
No dia seguinte, eu acordo e não a encontro em casa, então vou para empresa e peço a empregada que me ligue assim que ela chegar. Eu mando foto para o Mark do teste e do ultrassom vibramos juntos.
Eram 17h quando a empregada me ligou avisando que Milla havia retornado. Eu arrumei minhas coisas e corri para casa, no horário do almoço eu fui até a loja que ela mais gosta, a Louis Vuitton, comprei uma bolsa e um vestido que ficaria lindo nela grávida.
Quando eu entro em casa, ela está dormindo no quarto. E tinha um papel no meu travesseiro. O bilhete que acabou com o meu mundo.
Bilhete: "Você não tem tempo para ser marido, imagina para ser pai. Eu não vou criar um filho sozinha".
E embaixo do bilhete, o papel do médico, ela havia feito um aborto.
Eu senti minhas pernas bambas, eu perdi o chão quando li aquele papel. Meu mundo desabou e a realidade deu um tapa na minha cara.
===== Fim do Flashback ======
Eu choro me lembrando de como foi difícil depois desse dia, eu não conseguia sequer olhar para ela, e tudo era minha culpa. Foram meses de bebedeira, de tentativas frustradas de me divorciar. Depois daquele dia, nada nunca mais foi igual.
Eu cochilo e quando olho no relógio são 04h da manhã, como eu tenho tenho levantar às 05h, eu vou até a academia passar o tempo. Eu passo em frente ao escritório, a luz está acesa, e escuto um choro no fundo. Eu passo direto. Trinta minutos depois, eu estou suando demais, faz tempo que não vou a academia, então eu tiro a camiseta e seco o rosto.
Eu limpo os aparelhos que usei, e subo para o meu quarto, eu olho no celular são 04:40 então eu vou apressado, quando esbarrei em alguém, não em qualquer alguém, eu esbarrei na Rebecca. Eu a seguro para ela não cair com o choque.
Ela está próxima demais do meu corpo, sinto sua respiração ofegante no meu peito. E suas mãozinhas no meu abdômen, meu membro desperta na hora em que vejo seus olhos castanhos desejosos e me encarando sua boca linda vermelha entreaberta esperando que eu tome o próximo passo.
Estamos nos encarando fixamente, nenhum dos dois se mexe. Meu peito sobe e desce mais rápido, quando a mão dela sobe pelo meu abdômen, eu a puxo mais para mim subindo meus dedos pelo seu braço e sua pele aveludada, ela fecha os olhos e eu prendo a respiração quando sua mão começa a descer pelo meu abdômen, eu anseio por seus toques, eu estou adorando ter o corpo dela no meu tão próxima, eu me abaixo encosto nossas testa, a respiração dela nos meus lábios...
-Becca. - Uma voz chama nossa atenção, olhamos juntos para o lugar que vem a voz é a Dona Lúcia.
Mas mesmo com a mãe dela olhando eu fico relutante em soltá-la, eu a solto devagar é o certo a fazer. Ela se apoia na porta, olhando para a mãe que tem um ar divertido no rosto.
Eu quebro o silêncio.
-Me desculpe, Sra. Rebecca, eu estava voltando para meu quarto para me arrumar. E Bom dia Sra. Lúcia. - Eu falo olhando no rosto dela, ela está toda corada.
-Tu... tudo bem, eu ia mesmo te chamar, você tem de minutos para se arrumar. - Ela fala e arruma a postura. - Me avise quando estiver pronto, vem mamãe. - Ela fala entrando no escritório.
Dona Lúcia sorri para mim, e me diz bom dia, eu subo para o meu quarto, escondendo o máximo que posso minha dureza. Tomo um banho de água gelada, mas eu continuo igual, eu preciso me aliviar, então começo a pensar em coisas aleatórias, não vai dar tempo de fazer isso agora. E exato dez minutos depois estou pronto para o meu primeiro dia.
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